Por Ana Floripes - Professora
A MINHA BANDEIRA
A minha bandeira não é verde,
porque o meu verde,
de sul a norte,
foi lambido pelo fogo e,
das navalhas afiadas,
sucumbiu ao corte.
A minha bandeira não é amarela,
porque o amarelo dela
não está no meu pulso, dedos, pescoço ou lapela;
foi embora sem deixar rastro, disfarçado e escondido
no cofre de algum bandido,
só sobrou balastro.
A minha bandeira não é azul-anil,
porque envenenaram meu rio
e encobriram meu céu com uma densa fumaça
de insensatez, ignorância e desgraça.
A minha bandeira não é vermelha,
porque da ideia alvissareira, propalada como panaceia,
não resta qualquer centelha.
Nem é, a minha bandeira,
de outra cor ou estampa:
a minha bandeira é BRANCA
e fulgura no topo
sob o leve sopro
da esperança que se refaz,
pois, a bandeira do meu país
só recuperará sua matiz
se for pintada
sobre o fundo
branco da PAZ.
Autor: (A.C.)