O GAMBITO DA RAINHA: lances que provocam debates.
O Gambito da Rainha é um dos fenômenos audiovisuais do ano de 2020. A ficção seriada é composta por sete episódios e vem sendo foco de maratonas, nas últimas semanas, na plataforma Netflix. Para quem gosta de seriados e se envolve com narrativas bem construídas, certamente irá se interessar pelas peripécias da personagem Beth Harmon, interpretada pela incrível Anya Taylor-Joy. Ana brilha na tela com uma representação hipnótica. A forma como encara a câmera e coloca em cena, uma série de caracterizações, que passa por uma transformação da personagem, são de uma beleza e perfeição de alto potencial estético.
A série é ambientada no anos 60 e tem como pano de fundo, o universo das técnicas dos campeonatos e jogos de xadrez. Um espaço dominado pelo machismo e pelo patriarcado que Harmon vai desconstruindo e se infiltrando. Neste sentido, a série coloca em discussão temas que ainda estão na pauta da nossa sociedade, como o lugar social das mulheres e as desigualdades entre gêneros, entre outras temáticas.
Em termos técnicos, a reconstrução de época por meio dos figurinos, cenários e aspectos fotográficos encantam os olhares. A série é poeticamente potente e, conceitualmente, provoca um debate necessário nos tempos atuais.
