
A culpa
Por Psicóloga Djeyme

Quem nunca sentiu o peso da culpa rondando os pensamentos ou atormentando os dias?
Quantos de nós convivemos com a sequela de ter feito algo errado a alguém que amamos ou admiramos, de ter sido repreendido por algo não feito, ou ainda de decepcionar-se.
Saiba que a culpa é comum a todos nós, inerente, e tem uma função existencial importante para o nosso autoconhecimento.
Como assim, para o autoconhecimento?
Isso dependerá da maneira com que escolhemos vivenciar a culpa.
Temos dois modos de vivenciá-la: um deles, acredito que seja o mais popular, aquele que alia a culpa ao erro. O outro modo, que considero o mais essencial, é compreendermos o sentimento de culpa como falta.
Agora, pense comigo: se olharmos a culpa como sendo um erro, teremos motivos para nos sentirmos mal, mas quando percebemos a culpa com um significado de falta, como lacuna em nosso ser, compreendemos que nesta falta algo pode ser aprendido, nascendo deste modo um movimento de reparo.
Perceba que interessante, a culpa pode nos trazer outra consciência sobre nossa condição humana: Que somos seres em débito, seres que erram!
Entendo que viver em um mundo onde o acerto é algo de mais valia, assumirmos então nossa falta não parece ser muito agradável.
Ao sair deste mundo binário do certo ou errado e nos apropriarmos de nossa falibilidade, tiramos de nós o remorso e a autodepreciação e assumimos nossa condição livre e criativa de sermos uma nova pessoa.
Se ficarmos presos na culpa como erro e não tivermos uma leitura compreensiva do que ela pode nos revelar, caímos no que chamamos Curto Circuito da Culpa, e vamos generalizando traumas.
Olhe para sua culpa e não crie dispositivos de fuga. Reconheça a parte que lhe faltou e assuma sem receios, aceite que você não é capaz de acertar sempre e acolha suas falhas.
A auto aceitação é o remédio mais eficiente contra este sentimento tão perturbador.